[O áspero muro do Não]

Acho-me um ensimesmado contumaz,

tão contumaz, tão viciado em solidão

que, se me pedem alguma coisa,

fico inseguro: eu deveria dizer não?

E sei muito bem que ao colocar-me

atrás do áspero muro do Não,

nada, ninguém, nunca

vai conseguir me demover!

Será... será que eu deveria

sempre dizer não, será?

O exercício do Não tem assim,

uma dura, uma aguda clareza;

coisa para poucos, bem poucos...

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[Desterro, 10 de dezembro de 2013]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 10/12/2013
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