[O borrão da memória]

Escrever é ter certeza da própria inutilidade,

inutilidade de mim, das coisas, das palavras.

Escrever serve para nada... terapia?

Cada um que se afomente como puder...

Não há esperança: a memória vai mesmo

virar um borrão, inútil borrão...

O tempo é mesmo, por excelência,

o mata-borrão que nos socorre,

socorre de nós mesmos.

É, e não é? Ora sim, ora não?

_____________________

[Desterro, 10 de dezembro de 2013]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 10/12/2013
Código do texto: T4606008
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.