[O borrão da memória]
Escrever é ter certeza da própria inutilidade,
inutilidade de mim, das coisas, das palavras.
Escrever serve para nada... terapia?
Cada um que se afomente como puder...
Não há esperança: a memória vai mesmo
virar um borrão, inútil borrão...
O tempo é mesmo, por excelência,
o mata-borrão que nos socorre,
socorre de nós mesmos.
É, e não é? Ora sim, ora não?
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[Desterro, 10 de dezembro de 2013]