Ao descerrar a cortina de fumaça
meus olhos baços choraram...
Não sei se foi de dor - somente;
tudo ao meu redor - até então era negrume.
Acontece que sempre vivi na escuridão
de mim... e do mundo...
Acabo de me acontecer, talvez, renascer das cinzas em arrebol, que molemente evolam -
(des) precipitações muito além do pensamento.
E, entre os meus bordados... Todos puídos...
Revejo muito do que fiz;
quando permanecia
na total e completa escuridão...
e ilusão de sentidos...
Ao descerrar meus medos inseguros detive-me por detrás deste muro assustador, que me prendia com fios de aços e cordas cortantes.
Mas, o que é mesmo que sempre via - com os olhos vendados - selados nos próprios (des) caminhos?!
E o que farei agora se estou sorrindo em meio a tantas dores?
Vejo muito mais além - agora - do meu sensório.
Sinto medo e não estou mais seguro.
Pois, meus olhos agora veem o absurdo e o grotesco do mundo.
Mas, meu Deus!
não quero mais enxergar...
tantas dores e tantas tristezas -
talvez porque o meu silêncio é cego
escurecido... papável ou impalpável;
talvez eu era mais feliz e não sabia?!
Então, quero a fumaça azulada,
inteira, volátil,
e densa... de volta!
Que ela entre e sente-se:
à beira da minha mesa
e jante comigo!