Um covarde na minha cama


na minha cama encontrei um covarde
encontrei um covarde na minha cama
encontrei um covarde
na minha cama encontrei um covarde

sempre me lembrarei do beijo ensanguentado
na morte das minhas forças tão espezinhadas
sempre me lembrarei que na minha cama
encontrei um covarde
encontrei um covarde na minha cama
na minha cama encontrei um covarde.


Paródia (ou, engano-me, na classificação?) do poema
"No meio do caminho", de Carlos Drumond de Andrade.
Nefertiti Simaika.
Às mulheres que encontraram covardes nas suas camas...















Foto: Irum Saeed - 30 anos - posa para a fotografia em seu escritório na Universidade urdu de Islamabad, Paquistão, quinta-feira, 24 julho de 2008. Irum foi queimada no rosto, costas e ombros há doze anos, quando um rapaz a quem rejeitou casamento jogou-lhe ácido, no meio da rua. Foi submetida a 25 cirurgias plásticas para tentar se recuperar das suas cicatrizes.
Nefertiti Simaika
Enviado por Nefertiti Simaika em 10/12/2013
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