Apresso os passos
O corpo do poema demonstra
Esticando os longos versos
Como se fossem braços
Que distâncias atravessam
E eu fracasso
Sem conseguir abraçar-te
Tocar do teu rosto os traços
Vejo difusa e longe a boca
Com um beijo que se apronta
E exala o teu mormaço
Sinto o peito amedrontado e ansioso
Como se quisesse morrer
Nestes meus laços
Sigo na tua direção
Apresso os passos
E quanto mais me aproximo
Mais me distancio dos teus abraços
E de tua testa ensombrada
Bagas de suor doce e também frio
Descem em águas de luz formando vagas
E mergulham nos oceanos que tens nas faces
Misturando-se às tuas lágrimas
Este o sonho que eu quisera realidade
Mas um sonho assim que os pelos arrepia
De carinhos, de desejos e de temor
Se faz utópico e tão somente
Sonho que se sonha em poesia
Sonho de amor