É morrer devagar.
Mergulhei nesse mar,
agitado, de ondas em fúria.
Afoguei-me de mim, enfim.
afundando em êxtase, luxúria,
esqueci a penúria
de viver sem você.
E vivia pra quê?
Se pensar em você era tudo que tinha!
e ante toda distância
meu corpo ressente, definha.
Mergulhei sem pensar,
só queria estar
com a mulher que amei.
e assim afoguei
a saudade do peito.
Mas afoguei-me também.
Não gritei a ninguém,
eu já não queria gritar.
Não queria voltar,
pois viver desse jeito,
com essa ânsia no peito
é morrer devagar.