Ideia Vazia
Página em branco, palavras soltas;
espaçamento desnecessário, criatividade oculta;
Mães e filhos perdidos, corações amedrontados.
Naquele tempo eu não sabia
Que o amor tanto doía
Para não mentir, tinha uma ideia vazia,
Mas quando é na pele, - Ave Maria!
Insônia da noite estende-se até à tarde,
A janela aberta, permite o entrar das gotas de chuva e da doce verdade.
Olhar curto, fixo e cansado
Estátua em cima do livro marcado
Imaginação inquieta
Calor infernal
É verão no Brasil
E feriado nacional.
‘Sol e chuva,
Casamento de viúva’.
Chuva covarde!
Faça minha vontade:
Onde estão os raios e trovões?!
Onde estão os ventos para agitar as navegações?
Meu amor está no mar
Quero sentir o medo de perder e a impotência de cuidar.
Enquanto busco minha outra vida,
Ouço; sem querer querendo, palavras proferidas.
Eles estão preocupados com o Novo Acordo Ortográfico
Enquanto crianças que falam o português morrem de fome em um país democrático.
Tudo o que meu amor me escrevia
Era uma espécie de premunição mal desenvolvida.
“Isto não está certo” pensar assim, eu preferia
Mas era correta e fixa, assim como a natureza cheia de vida.
Enquanto refletia demasiadamente
Pernilongos travessos confundiam minha mente
Há algum tempo estou esperando ansiosamente
Por essas cartas que eram escritas frequentemente.
Isso pode significar qualquer coisa;
Salvador Dali e Frida Kahlo
Ou o naturalismo de Eça e Aluízio?
Talvez modernismo? – Não!
Rótulos não são bem vindos.
Abram às asas e os olhos,
Meu amor não volta mais
Mesmo que eu suplique para os deuses da antiguidade
Mesmo que eu implore a Jesus Cristo pai de toda a eternidade.
Um quilo de pena ou um quilo de chumbo?
Liberdade ou amor?
O que pesa mais?
Troquei a literatura para amar os animais
Porém ainda sou seu amante
Errante,
Inconstante, mas apaixonante.
Este é meu último verso,
Agradeço ou me despeço?
Talvez, uma reflexão...
Você prefere luz ou escuridão?