Às vezes
Às vezes, quero ser silêncio,
na cavidade do tempo,
colhendo restos de saudade
nos canteiros dos sonhos.
Às vezes, quero ser ausência,
no rumo incerto da vida,
perdida em labirintos,
na caduquez da memória.
Às vezes, quero ser deserto,
na inconstância das chuvas,
um oásis adormecido,
nos confins do coração.
Às vezes, quero ser poeta
nas entrelinhas do texto
decifrar os meus mistérios
acendendo luzes nos olhos.
Lin Quintino