Artífice
O violão me foi dado
Mas as mãos, não adestrei
E embora inspirado
Música alguma toquei
O tempo encantava minha era
E do nada, uma flauta doce
Prémio das poesias sem editora
Que pelos bares de Maputo
Declamava para quem quisesse
Mas não encontrei sopro dentro de mim
Nem coitadas dedilhações de timidez
Apenas uma velhice sentada no murro da marginal
Se esquecendo que esperava sua vez
Encantada com a música de uma rouca voz
Que cantar sabia, afinal.
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