Passei... Passaste...

- Passei...

- Como uma breve chuva fina.

- Passaste também...

Eu fiquei só, e tu só ficaste nessa ruina.

- Eras linda, bela e invejada,

e eu jóvem , possuia quase tudo...

... hoje quase nada!...

Passou o tempo - nós passamos também -

como tu, passei de braços em braços.

Hoje como ontem, esse mesmo mormaço

nos diz que a vida não nos convém.

Passei do tempo, ah! Que desastre!...

Passamos no tempo, passei... Passaste...

Já não tenho memória, não mais consigo

lembrar-me que estive contigo.

Quando nos torna inútil a vida,

resta-nos a morte,

abraça-me novamente

como outrora me abraçavas.

Somos agora dependentes da sorte,

- veredito final - recompensa ou castigo.

Errei fui castigado,

foste castigada porque erraste.

Hoje não somos ninguém,

somos um passado.

- Afinal eu passei...

- E como eu, tu passaste!...

fim

Filêto
Enviado por Filêto em 08/12/2013
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