EM DEMANDA
Vivo em demnada de algo que aqueça
o frio que gela;
de algo que acalme a angústia que queima
a boca que amarga;
do pão que sacie a fome que mata;
de água que molhe o lábio rachado...
Vivo em demanda.
Onde a coberta que do frio proteje?
Onde a doce paz que da angústia livra?
Onde está o néctar que a boca adoça?
Onde o alimento que a fome acaba?
Onde a gota mágica que o lábio remoça?
No pássaro caído...
na grama pisada...
no filho gemendo...
no pai sem esposa...
na casa caindo...
no ser que esmola...
no velho sumindo...
no esposo fugindo...
nos caminhos tortuosos
das estradas de Deus!