O banco
Sentei-me naquele banco da lembrança
descansando a saudade solitária e verde
O tráfego das pessoas que não ví
iam ou voltavam,
caminhavam em surda pintura abstrata
expondo-me aos cinzéis carcomidos
que ainda esculpiam o gosto de sentimentos plásticos
Tão etéricos como minhas fugidias tristezas
Abanava a cauda o sabiá fantasia
o mesmo que testemunhou o silêncio
do lago refletido em mim
na mesma árvore que me plantou fundas raízes
Alma do tempo que sou
levantei de mim o corpo que andou
por sobre as águas daquele caminho de encontros
para afastar a solidão que voltava pra casa