Minha alma que arde
Uma caneta à mão
Eu, aqui, perdida
No imaginário mundo de ser
Constante e inconstante
Na minha constância
Serei mais um rabisco?
Entre tantos ismos
Minha singularidade
Está em não saber
Em ser ausente sem ausência
A luta entre papel e caneta
Enquanto o silêncio corrói a alma
Destrói seu grito voraz,
Que pede, implora,
Para ser liberto
Pois em forma
Eu, poeta,
Vou deformando o mundo
Desconstruindo com a força
Que meus dedos possuem
Ao tocar com a caneta
O meu papel
Que também, claro
Já, há séculos,
Roubou minha alma
Eu?
Continuo sua súdita
Nas mais belas noites
Enquanto ainda puder...
Sentir, sentir, e,
sentir.