A mariposa na fachada
Grande e surpreendente, a mariposa
Colada na antiga fachada
Que teria vindo fazer
Eu não sei
Mas que é linda, não se nega
Nas asas uma geometria
No corpo as medidas certas
Nos olhos a cegueira
Tão cega que confundiu a ferida branca na parede
Com a luz de que tem sede
Mas eu sei, mariposa, quem é você
É a dama Midnight
Rainha do cabaré
Que quando eu nasci passava
Para um imundo prostíbulo
Nas margens da maré
Onde seu corpo entregou
Ao primeiro marinheiro
Que no seu peito aportou