À DERIVA
(Sócrates Di Lima)
Dispersam as nuvens da minha alma,
O céu da minha visão desbota,
Inadivertidamente me ponho em calma,
Velejo em barco sem velas e sem rota.
A ermo meu barco só....
Já me perdi na correnteza da vida,
Meus pensamentos dá um nó,
No fio da navalha sem ferida....
E assim, sigo meu destino à deriva,
No mar das minhas divagações,
Entre nuvens e o azul que o céu cultiva,
Misturam-se de mãos dadas as ilusões..
Sigo então as ondas, em peito aquebrantado,
Nas quebradas do vento nas areias,
Chocam meus sonhos nas rochas feito fado,
Carregados nos anos como o sangue nas veias...
Como se estivesse entre nuvens,
E não no mar...
flutuantes imagens...
navegando ao invés de voar.
À deriva segue meus pensamentos,
na orla das minhas pretensoes,
E por onde andam os meus sentimentos,
Senao no barcos das minhas emocoes.
Perdido, meu barco sozinho `a deriva,
em meio ao mar das minhas vontades,
Nos ventos que meu querer se ativa,
Em brisa, transforma as minhas saudades...
E assim, avisto os meus horizontes,
Na embarcao que navega para o meu Norte,
A deriva minha alma busca as fontes,
Para alimentar meus sonhos, hoje navegantes da sorte..