Vi uma flor.
Às minhas mãos vazias ela se ofertou
e lançou-me perfumes silvestres...
Sorvi-os, como o faminto sorve o leite
que lhe saciará a fome e a sede.
Contemplei a flor e vi-lhe espinhos.
Nas minhas mãos eles se camuflaram
e feriram leve, sem condições de não ferir.
Examinei a flor, com sensível cuidado.
Nas minhas mãos, senti que estava presa a galhos
Soltei a flor.
Nas minhas mãos senti o vazio ferido,
o vazio sangrante de adeuses sem retorno.
E as minhas mãos e os meus dedos e unhas
choraram baixinho.
Eu perdi a flor...
Não a pude colher!
O vento soprou e continuei a sentir
o perfume selvagem da perdida flor....
Às minhas mãos vazias ela se ofertou
e lançou-me perfumes silvestres...
Sorvi-os, como o faminto sorve o leite
que lhe saciará a fome e a sede.
Contemplei a flor e vi-lhe espinhos.
Nas minhas mãos eles se camuflaram
e feriram leve, sem condições de não ferir.
Examinei a flor, com sensível cuidado.
Nas minhas mãos, senti que estava presa a galhos
e os galhos a troncos
e os troncos a raízes
e as raízes à terra firme.
e os troncos a raízes
e as raízes à terra firme.
Soltei a flor.
Nas minhas mãos senti o vazio ferido,
o vazio sangrante de adeuses sem retorno.
E as minhas mãos e os meus dedos e unhas
choraram baixinho.
Eu perdi a flor...
Não a pude colher!
O vento soprou e continuei a sentir
o perfume selvagem da perdida flor....
E fiquei infeliz!