Enquanto houver navio

(desafio)

Não me embaralhe horizonte
pois nele está sede e fonte
um pouco de balangandãs
onde chuviscam manhãs
pós punições do crepúsculo

Não me encurte a certeza
que tendo preencher o vazio
e curto de fio a pavio
esse acomodar-se à dúvida
numa lógica sem fundo

De piscar limpo a névoa
faço horizonte translúcido
arremeto ao lado de lá
ao romper minhas fragatas
e o que de outro oriundo.
Nada me mata ou arremata
enquanto houver navio
eu afundo

Para Rosa Pena,