Folguear
Sob o algoz da luz,
Balbuciando,
Vida.
Diga ao meu rei,
Que mais do que ele foi,
Será eu...
Um simples servo...
Pois que, embora não
Tenha em meu poder,
Os versos em ouro.
De riqueza tenho a alma.
Visto que exponho,
Não mais que o amor;
Não menos que o palor,
Desse deserto frio,
Que as vezes compõe meu mundo.
Diga também, que se não sou o que quis,
Sou feliz,
Por tudo o que vivi e vivo.
Afinal o que somos na terra?...
Senhor ou poeira dessa seara,
Cujos habitantes,
Em seu ledo engano,
Acham pelas coisas que possuem,
Devem serem acamadas como deuses.
Não importa a cor,
Os olhos me permitem ver a vida como ela é.