# NA ENSEADA DOS QUERO QUEROS
Passa silenciosa a garrincha rasteira,
ciscando na grama e o inseto esconde.
Voa levemente a borboleta azul-claro.
um grilo estrila alto sabe-se lá de onde.
Mexe na relva um preá bem esperto,
de olho no rasante vôo do gavião pinhé.
dois sabiás brigam feio lá no limoeiro.
um tatu fuça bolindo na moita de sapé.
Desliza a coral pro ninho no jacarandá
Prevendo uns ovos para sua iguaria.
Rasteira segue uma doninha atoa.
a coruja pia? É sinal de noite fria.
Veloz sibila leve um colorido colibri,
A fogo-pagou arrulha no capim meloso,
Centenas de formiga comem a relva
o anu galopa numa vaca de teimoso.
Desce da birosca zoeirentas maritacas,
Evitam o ouriço duas lebres e um quati.
Desaparece no céu azul dois paturis.
Voando mais baixo que os bem-te-vis.
O tiziu vai dando seus pulinhos no cipó
A barulhada no ipê são dos maracanãs.
Um lagarto aguarda algum desavisado,
Para refeição sem a esperteza do jaçanã.
Corre arisco o canário mas não voa,
Umas garças na lagoa fazem revoada,
Uns pássaros ruidosos quebram a tarde,
são os quero,queros lá na na enseada.