Plasticidade
A vida é bela,
Tal qual a arte de Dali
E daqui em diante,
Nem que caiam todas as estrelas do céu
e nasçam espinhos no horizonte
Eu não me farei triste.
O dedo em riste
apontará só para meu desânimo
para que a morte não me pegue no escuro
entre os muros da minha própria sorte.
Recolherei cada estrela caída
Guardarei para fazê-las brilhar em olhos tristes
Que observam temerosos o futuro incerto
E farei de cada centelha de esperança
A luz que guia minha jornada.
E lá adiante, onde supõe-se o abismo,
perseguirei o limite entre o céu e Terra,
onde nascem os medos e as tormentas, enquanto foge
E eu fujo de passados reincidentes.
Remarei incansavelmente em meu barquinho de papel
em pequenas gotas de felicidade refletindo no céu,
feito as estrelas que recolho todos os dias.