NO SOLAR DA VARANDA

Vento me diga

o que quero saber

do que não vem

com você

mormaço

escaldado

mil aromas

e nada do que

quero saber

vem com você!

Janelas antigas

talhadas feridas

da espera sentida

do que lá embaixo

é vida

percebo tudo igual

que mal me faz sentir

tão loga brisa

de um tempo que visa

me deixar

nos escombros

destas cartas abandonadas

letras diformes

curvas de sentimento

fraquejado

lugar arejado

pelo vento bandido

meu pesar invadido

me sinto roubada

qualquer coisa é um dado

vício jogado

no meu choro vazio

vento te vejo invadir

minhas coisas jogadas

porque tudo vem

sem o que quero?