Poemix
há pressa aí
que lá vem o trem
o trem da pressa
que passa rente
ao que não têm
paciência nem pra ir logo
já foi
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um dia qualquer
farei um poema
qualquer poema
que como qualquer
poema
vai ser
o que não é
(já é)
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ouço trovões
não vejo os raios
eles já passaram pelas folhas
esses lampejos
de poesia
você viu?
lá vem outro
mas já partiu
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guerreiro todo
luta com tudo que tens
tens teus braços
tem tuas pernas
tem tuas palavras
sim
tem até tuas palavras
e antes de tudo
tens a vontade
sem vontade não és
és vontade primeiro
antes de ser guerreiro
sem vontade não és
(és?)
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tenho vontade de escrever
sobre o que tenho vontade
que importa se são postes
raposas ou tetos
ou baldes
ou botes
espero ainda
costas a costas
estar com o gato de botas
e acertar um gol de faca
na garganta
de rebote
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alô alô
tu que me lê
aquele abraço
não tenho nada de bonito
aquele abraço
é bonito mas não é meu
aquele abraço
já foi dado pra outro ser
aquele abraço
não tenho mais
nem posso dar te outro
aquele abraço
que essas letras
se prolonguem
de meus abraços
aquele abraço
aquele que virá
aquele abraço
e eu tenho que ir me embora
aquele abraço
eu te escrevo outra hora
aquele abraço
será o do futuro agora
(aquele abraço!)