Invasão...
Lá estava,
Sombrio, desabitado,
Um cheiro de guardado,
Espelhos quebrados...
Entra...
Ignora os cacos,
Atiça a lareira,
Com um sopro gélido,
Um soriso na face,
Antes não entrasse...
Intruso...
Brincadeira sádica,
Rouba o espaço,
O invade, aquece,
E sai...
Da presença agora,
O rastro por sobre os cacos,
Prazer mórbido,
Em se fazer sentir...
Pra traz,
Janelas e portas, abertas,
A lareira acesa pra nada,
E a saudade que passa a morar ali...
Abandonado,
É novamente fechado,
Lá está,
Agora ocupado,
O vazio da saudade mora ali...