os mortos

entre nós e ela:

a vida -

bela

rosa curta misteriosa

enfezada, de calundu

envergada

um precipício pesado

densa e pastosa

um declive embutido

membrana: um medo do agora

não se sabe farinha , ou mel,

de pedregulho, madeira,

feijão podre de gorgulho,

da dívida feita

de prata e de ouro

ou de todas as coisas

presas num desvio pavoroso.

do vendaval

verde jasmim,

a lembrança, do gélido sopro

da água fria no lombo,

a memória, cada vez mais escassa;

e os mortos marcham

em círculos, de olhos perdidos

sem saber-se, entrada

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 02/12/2013
Código do texto: T4595779
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