Meio Poeta, Meio Sombra

Já pensei em ser filósofo, também em ser ator

Médico, bombeiro, sonhei até em ser cantor

Nenhuma de minhas vontades se concretizou

Aceitei outra opção, aceitei ser quem eu sou

Decidi escrever pra contar minhas mentiras

Como digo para esconder-me entre rimas

Há verdades em que protejo o meu ser

Bobagens, minto mais pra me esconder

Minhas palavras saem em meias verdades

Me corroi entre alguns ser em metades

É que as vezes me esqueço o que é real

Mentiras minhas que contei, não foi por mal

Algumas dores eu carrego em meu peito, eu sei

Ainda não aprendi a dividir tudo e sei que errei

Cada um carrega consigo seu fantasma atormentado

E eu do meu jeito acabo sempre como errado

Minhas falsas verdades já não posso desfazer

Entre mentiras e verdades fiz desaparecer

Será que alguém pode socorrer-me do poço que afundo

Realidade e ficção que se misturam em meu mundo

E as verdades que eu preciso me dizer

Falar é facil, o difícil mora no fazer

Eu disse pra tu que seguiu como te fiz

Bom pra você que conseguiu ser mais feliz

Tenho coisas que quero contar mas são segredos

Outra mentira, habitat de receios e medos

Quero gritar e as mentiras corrigir

Mas não sei o que é verdade e o que menti

Podes tentar pega-la em pernas curtas

Mas as mentiras são as lágrimas das putas

Que descansa noite afora em claro

Pois sem saber pagou mais caro

Peço perdão aos que me viram na metade

Tento redimir-me com as verdades

Menti de novo, mas não agora

Mas algumas verdades passou da hora

Aleph Maia
Enviado por Aleph Maia em 02/12/2013
Código do texto: T4595217
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