Meio Poeta, Meio Sombra
Já pensei em ser filósofo, também em ser ator
Médico, bombeiro, sonhei até em ser cantor
Nenhuma de minhas vontades se concretizou
Aceitei outra opção, aceitei ser quem eu sou
Decidi escrever pra contar minhas mentiras
Como digo para esconder-me entre rimas
Há verdades em que protejo o meu ser
Bobagens, minto mais pra me esconder
Minhas palavras saem em meias verdades
Me corroi entre alguns ser em metades
É que as vezes me esqueço o que é real
Mentiras minhas que contei, não foi por mal
Algumas dores eu carrego em meu peito, eu sei
Ainda não aprendi a dividir tudo e sei que errei
Cada um carrega consigo seu fantasma atormentado
E eu do meu jeito acabo sempre como errado
Minhas falsas verdades já não posso desfazer
Entre mentiras e verdades fiz desaparecer
Será que alguém pode socorrer-me do poço que afundo
Realidade e ficção que se misturam em meu mundo
E as verdades que eu preciso me dizer
Falar é facil, o difícil mora no fazer
Eu disse pra tu que seguiu como te fiz
Bom pra você que conseguiu ser mais feliz
Tenho coisas que quero contar mas são segredos
Outra mentira, habitat de receios e medos
Quero gritar e as mentiras corrigir
Mas não sei o que é verdade e o que menti
Podes tentar pega-la em pernas curtas
Mas as mentiras são as lágrimas das putas
Que descansa noite afora em claro
Pois sem saber pagou mais caro
Peço perdão aos que me viram na metade
Tento redimir-me com as verdades
Menti de novo, mas não agora
Mas algumas verdades passou da hora