Estanque

Estanque

Fogem-me a verve,

o verbo, a lira...

A minha poemia

se vestiu de morte,

entregue à má sorte

se verteu ao caos.

Minha nau à deriva,

sem remos e sem rimas.

Perdidas, sem norte

naufragam as poesias.

E agora a lida?

Inútil, o ócio,

__maus ventos__

me trazem o opróbrio.

Vago, vazio rasgo o âmago,

sangro as dores às cruas feridas.

E agora, a vida, sem lira, sem verve

e sem lida se mostra gélida

sem ter a poesia

e aquela, prostrada em procelas,

já era, já não me serve...

Beto Acioli

01/12/2013