SENTI!
Senti meus cabelos suaves ao vento
E senti meus olhos soltando um lamento
Em lágrimas escorrendo por meu triste rosto.
Senti os meus lábios se unirem aos teus
Senti no meu corpo a bênção de Deus
Senti a magia …da tarde em sol-posto!
Senti minhas mãos, que já calejadas
Pegarem as tuas, assim tão mimadas
Passeando depois por verde jardim.
Senti os meus dedos aos poucos, tremer
Senti o peito, por dentro a sofrer
Sabendo que tu…não serias pra mim!
Senti minhas pernas a cambalear
E os pés, que no chão eu queria firmar
Mas eu fraquejei, e não fui capaz.
Senti que novo meu fado voltava
A ser a angústia que me atormentava
Fazendo que a vida…voltasse pra trás.
Senti meus poemas perdidos, na rua
Senti minha alma, vagamente nua
Sem naco de pano para se cobrir.
Senti que o pão que tinha na mesa
Não deu para alguém que em plena pobreza
Não sabe sequer…o que é sorrir!
Senti que o natal que agora vem
É mágoa eterna no olhar de alguém
Que dorme na noite, olhando as estrelas.
Senti que o Amor que essa gente precisa
Seria pra eles, a mais pura brisa
Envolto em papel…de prendas, mais belas!
Senti que a esp’rança era renovada
Podendo correr numa nova estrada
E em cada criança eu visse um sorriso.
Senti que o mundo pudesse mudar
E depois, finalmente poder-se morar
NO TÃO ESPERADO…LINDO PARAÍSO!