Rosa-dos-ventos

soturna

morri mais de uma vez

entre os lábios

escarnecidos de sangue

colmatada por corvos em revoada

deixei-me levar

por entre serpentes e lírios do caminho

tua mão, era meu único leme

e teu odor, o porto onde sempre saberia regressar

dardejantes raios luminosos

resplandeciam do teu olhar

qualquer morte minha seria capaz de me cegar

mas tua contemplação ressuscitou-me do insano

profano delírio de altivez

salvaste-me outra vez

teu amor, a rosa-dos-ventos

nossas vidas, o mapa central

eu só sobrevivo por possuir uma bússola mágica

que busca em ti o norte, sempre que me vejo perdida

entre as serpentes e os lírios do caminho

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 22/04/2007
Código do texto: T459360