SER LETAL

SER LETAL

O veneno que eu chamo de sangue finalmente me corroeu...

Os genes malditos de meu corpo venceram e me correm...

Ando solto pelas ruas molhadas pensando quem sou...

Paro sob a marquise com um andarilho feio e fétido,

Dou-lhe minha camiseta seca e uma nota de valor,

Num ato de desespero um abraço apertado.

Sento e estou tão fétido quanto o andarilho,

Apenas escrevo...

Para os que eu amo seria eu um arcanjo?

Lúcifer ou Miguel?

Beleza ou servidão?

Anjo ou demônio?

Teria eu me apaixonado pela juventude,

Sugado- a como um Nosferatus?

Deixo-a vazia em meu lado,

Enquanto eu me viciava com o seu néctar?

Hoje ela esta ligada ao meu passado.

Sou bomba relógio...

Será que fiz alguém ao meu lado feliz?

Ou as pessoas apenas se apegaram as dentadas?

Dentadas que meu ser sóbrio e mal amado causa e sobressai a felicidade?

Será?

Carinhos e dedicações ilimitadas ou dentadas defensivas?

Lembrarão no futuro os pacientes os quais salvei

Ou lembrarão-se dos pacientes os quais eutanasiei?

Os jurados me julgarão pelos recém-nascidos que eu trouxe ao mundo,

Ou me julgarão pelo idoso que não consegui salvar?

Maldita moeda de valores que corre tudo.

Corroí o nascimento

Corroí o renascimento

Corroí a morte enfim.

O andarilho cantarola Sinatra...

Incrível ele pronuncia o inglês e bem.

My... Way...

Tiro o tênis e as meias

Na enxurrada vou andar...

Desculpe-me se você eu magoei.

Um dia ao partir talvez você entenda que te amei demais...

André Fétido Molhado Zanarella 25-11-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 30/11/2013
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