O AMOR PSICÓRDICO DE ADÉLIA PRADO

Continha teu amor o ar tristonho

das cousas rotineiras

Um par de fronhas antigas

onde você bordou nossos nomes

com pontos cheios de suspiros

Querias o amor eterno

meu eu prisioneiro

os pés acorrentados

as algemas das almas gêmeas

Havias planejado

envelhecermos juntos

nossos corpos enterrados juntos

na paz dos campos gerais

à sombra de um umbuzeiro

árvore sagrada

sempre verdejante

Eu queria o velo de ouro

andar outras terras outros mares

a carteira de aventureiro

o andejar vagamundo o amor

inconseqüente e passageiro

Talis Andrade
Enviado por Talis Andrade em 17/02/2005
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