O AMOR PSICÓRDICO DE ADÉLIA PRADO
Continha teu amor o ar tristonho
das cousas rotineiras
Um par de fronhas antigas
onde você bordou nossos nomes
com pontos cheios de suspiros
Querias o amor eterno
meu eu prisioneiro
os pés acorrentados
as algemas das almas gêmeas
Havias planejado
envelhecermos juntos
nossos corpos enterrados juntos
na paz dos campos gerais
à sombra de um umbuzeiro
árvore sagrada
sempre verdejante
Eu queria o velo de ouro
andar outras terras outros mares
a carteira de aventureiro
o andejar vagamundo o amor
inconseqüente e passageiro