Projeção da alma
Altiva palmeira rente a minha janela, porque choras?
Será a solidão que invade seu íntimo e devasta seu interior? Ou é apenas o vento a farfalhar suas folhas?
Seus gemidos se propagam pelo ar, invadem meu quarto e se perdem em meus pensamentos!
Porque choras, bela palmeira? Serão gotas de chuva? Será a água que inunda teu corpo esbelto a escapar-lhe devagar? Ou será a dor que te vai na essência e não cabendo-lhe mais no ser se derrama em forma de tristeza?
Ah, formosa palmeira! Pare de chorar!
Teu murmúrio constante me incomoda! Faz pensar em minha própria dor! Vejo seu talhe ao vento se vergar quase até o chão, parece até minha própria alma retorcida, chorando minha própria solidão!