Quando cai a noite.
Olhos vermelhos sobre a noite,
Roga ao Pai as suas bênçãos,
Livrar-se da insônia do açoite,
Que atormenta a sua solidão.
Acumulam-se estrelas na janela,
Como companheiras iluminadas,
São brilhos dentro dos olhos dela,
No silencio desta madrugada.
Quando surge a Lua seresteira,
Naquele lindo vestido em prata,
Seus olhos viram uma cachoeira,
Torrente de lagrimas em cascata.
Um rosário sobre o criado mudo,
Que sempre desliza entre dedos,
Sua única força seu único escudo,
Para afugentar todos seus medos.
De minha janela vejo esta imagem,
De uma mulher com a alma nua,
A esperança que virou miragem,
Arraigada que jamais se recua.
Toninho.
21/11/2013
Inspirado numa mãe que espera pela filha que desapareceu num sábado de carnaval nos anos 70 e nunca mais se teve noticias. Mas ela espera.