Talvez

Talvez

Talvez que ávida se vá

Talvez as ilusões petrifiquem

Devagar

Arrastando poeiras de sonhos

Para qualquer lugar

Triturada

Sucumbida a emoção

Talvez que veja sempre

Algo que ninguém verá

Talvez que nunca chegue lá

Talvez que tudo se aproxime

É o mínimo

Talvez em plenitude

Nada se realizará

Ludibriadamente

A esperar

O que não virá

Ou se chegar

Valeria a pena tentar?

Aventurosamente um sabor

O minuto, a hora, o segundo

Átomos escapulidos do tempo

Para qualquer dia

de novo encontrar

indescritíveis

momentos duvidosos

secos, sutis e fortes

A natureza embeleza

Cria e seduz

Rejuvenesce

No desejo forte de viver

Criança leve,

Num corpo de mulher

Não invalida

Embriaguês de idéias

Estonteantes

Emoções utópicas

Riscando o passado

Sem viver o presente

Com laivos de esperança

Ver o futuro

Apelos

Tudo, nada

Rubra ao mesmo tempo

Insulsa

No delírio implodido

Na impotência

De querer e não poder

Na vida arquivada

Querendo melhor

Plenamente atingir

Talvez que nunca mais

Ou porventura até amar

Profundamente

Ser também amada

Algum dia, por alguém.

maria do socorro cardoso xavier
Enviado por maria do socorro cardoso xavier em 21/04/2007
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