Talvez
Talvez
Talvez que ávida se vá
Talvez as ilusões petrifiquem
Devagar
Arrastando poeiras de sonhos
Para qualquer lugar
Triturada
Sucumbida a emoção
Talvez que veja sempre
Algo que ninguém verá
Talvez que nunca chegue lá
Talvez que tudo se aproxime
É o mínimo
Talvez em plenitude
Nada se realizará
Ludibriadamente
A esperar
O que não virá
Ou se chegar
Valeria a pena tentar?
Aventurosamente um sabor
O minuto, a hora, o segundo
Átomos escapulidos do tempo
Para qualquer dia
de novo encontrar
indescritíveis
momentos duvidosos
secos, sutis e fortes
A natureza embeleza
Cria e seduz
Rejuvenesce
No desejo forte de viver
Criança leve,
Num corpo de mulher
Não invalida
Embriaguês de idéias
Estonteantes
Emoções utópicas
Riscando o passado
Sem viver o presente
Com laivos de esperança
Ver o futuro
Apelos
Tudo, nada
Rubra ao mesmo tempo
Insulsa
No delírio implodido
Na impotência
De querer e não poder
Na vida arquivada
Querendo melhor
Plenamente atingir
Talvez que nunca mais
Ou porventura até amar
Profundamente
Ser também amada
Algum dia, por alguém.