Agouro

Tecem meu destino com mãos impróprias, improvisos,

sem contendas nem desfechos,

- aventuram-se em mim -

São os sonhos irreais, ilusões de corpos passivos,

desmotivados mortos em embustes, desleixo,

- longe da vida, resta-me o fim -

Cantam seus hinos em acordes funestos,

dançam com a morte em ritmo incerto,

embriagando-se nas dores, agouro me trazes.

Sou areia árida que recobre o deserto,

escorro por dedos magros em protesto,

liberando as lágrimas que escorrem por minha face.

Vivo minha morte nas mãos que me dominam,

fechando-me em selas, fecho-me em mim,

não há respostas nas palavras que calo.

Meus erros açoitados sobre mim predominam.

Perco-me no espaço, que sem espaço mostra-me o fim,

Sou sombra, e em noite escura me instalo.

Aisha
Enviado por Aisha em 29/08/2005
Código do texto: T45893