Partes de mim
Sob as tormentas que me atingem, longe do mundo em sombras virgens,
Parto – em partes – em metades perdidas de silêncios que gritam,
sob voz muda, eco surdo de mim.
Gira a roda por mãos lânguidas buscando respostas em suas origens,
transformam a história por fatos que em verdades se contradigam
pelas linhas do tempo que em contratempos negam meu sim.
Sangra o olhar que tudo fala na voz que o medo detém,
calam-se as profecias negando os deuses no poder que detinham,
transforma-se a terra em veios secos de árido jardim.
Sombras de verdades onde minha metade se agarra perdendo-se em vertigens,
sonhos de vidas, sombras desenhadas em faces que se modificam,
mitos sagrados, heróis do meu tempo que sem tempo chegam ao fim.
Em sombras frias, germina a semente que em mentiras mantém,
destruindo primaveras que vivas e luzidias nas verdades floriam.
E o sorriso empalidece, sem crenças, sem luz, em meio a dores sem-fim.