Devaneios do Final da Primavera

Morcegos não são ratos envelhecidos

e a Cuca não vem me pegar

meus folclores são dádivas extrovertidas

e na minha rua passam carros antigos.

Analgésicos fortes são das flores da papoula

e São Jorge matou o dragão da lua

minhas rezas são feitiços inebriantes

e no meu quintal cultivo sonhos úmidos.

Amores que se assassinam são ciúmes

e no rodamoinho um ou dois Sacis

meu cachimbo acendo aos Pretos Velhos

e na varanda do universo temporal de estrelas.

Olhares se assimilam em um quarto escuro

e nas missas de domingo eu estou dormindo

minhas preces são com pressa de verdades

e na estação do trem um homem espera a noite.

Cogumelos germinam imagens psicodélicas

e nos fuzis histórias de guerras e holocaustos

minhas poesias são antes do almoço e do jantar

como diz no receituário do psiquiatra insano.

E na árvore de natal uma pomba fez seu ninho

pobre menino que não ganhou presente

mas disse a vizinhança que vai ser presidente

só falta ir ao dentista para consertar seus dentes.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 27/11/2013
Código do texto: T4588809
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