INTEMPÉRIES ...

INTEMPÉRIES ...

Maria Luiza Bonini

Era uma chuva tenue e delicada, que invadia a minha tarde

Ofuscando o brilho do sol de sua clara e alentadora luz

Acinzentando palavras confusas, do que não se traduz

Ao trazer consigo, da melancolia à dor de uma de saudade

O vazio do que jamais se foi, enleado se abrigava em mim

Teimando, insistente, em permanecer vivo e tão silente

Tal filho, que a mãe gesta, no aconchego de seu ventre

Com a ansiedade da chegada do pressuposto amor sem fim

As janelas d' alma, em sua esperança, abriam-se, acolhedoras

Ao receber, festivas, o calor do sol que ressurgia trinfante

Dissipando as nuvens negras que se esvaiam, por errantes

Após a tempestade, percebi uma trégua, em meus caminhos

Como uma divina prenda, o frescor da brisa, se fez inebriante

Conduzindo-me a recomeços, que óra vislumbro, tão distantes ...

****

"Umas coisas nascem de outras, enroscam-se, desatam-se, confundem-se, perdem-se, e o tempo vai andando sem se perder de si..."

Machado de Assis

São Paulo/Brasil

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 26/11/2013
Código do texto: T4587381
Classificação de conteúdo: seguro