AMANHÃ

AMANHÃ

Amanhã é uma grande incerteza,

Talvez, provavelmente não venha.

Estou pronto para entrar no trem,

Meu visto de partida está a vencer.

Tenho você tatuada em minha retina,

Seu sorriso é tão nítido ainda.

Será que você fala palavrão com ele?

Amanhã não terá um nascer do sol,

Nem quero que tenha mais,

Queria tanto que a gente tivesse dado certo...

Que a lembrança fosse real para ambos,

As risadas no quarto de motel,

Uma posição mais ousada travando a coluna,

Um tombo inesperado ao sair da banheira,

Um lençol rasgado servido de toga,

Chamar o atendente pela janela...

Quantas lembranças que eu levarei,

Será que você também as tem?

Amanhã não quero ver mais o sol nascer.

Para mim não há mais esperança,

Não há por que lutar.

Cadê a companhia da caminhada?

Sobrou você tatuada na minha retina,

O eco do palavrão no momento do gozo,

Se eu te amo ou se eu te odeio?

Talvez você jamais saiba...

Não me resta mais um amanhã...

André Zanarella 23-11-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 26/11/2013
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