Anjos Noturnos

Os anjos perdidos que tocam trombetas

No cerne da noite à poeira noturna

Soprando sem gritos suas meras cornetas

Que acordam viventes na neve diurna.

Escondem seus rostos perante o destino

Que os mesmos não traçam na linha do tempo.

Insultos no vento feito um desatino

Transformam o silêncio em mais um contra-tempo.

O sol que renasce nas manhãs perdidas

Acaba com os sonhos e os planos dementes

De sangue e desprezo tardes encardidas

E os anjos suplicam por bocas ausentes.