Contemplação poética
 
Deixem-me a sós com a minha poesia
Por favor, apenas por uns instantes,
Estou embevecido pela minha cria,
Quero contempla-la em sua completude,
Não falem, não sussurrem, exijam silêncio!
Quero passar horas olhando.
Desejo perder-me nos seus espaços,
Anseio pelas palavras subentendidas.
Em cada verso há um esplendor e uma melodia tão linda.
As rimas se trançam num só elo de ideias.
A nossa gene se confunde na profundidade de suas linhas.
Os meus mais delirantes lampejos não são nada
Diante dessa grandeza...
Assim minha poesia nasceu inocente,
Suas palavras são puras e revelam a sua inocência.
Tudo que ela espera é ser amada e compreendida.
A minha ternura se deleita através do olhar que cuida,
Sou o vigia que zela por suas letras
Ou talvez como Pigmalião diante de sua estátua;
Esperando que ela ganhe vida.
O meu espírito paterno é tão sereno,
Apenas mira, devaneia e se emociona;
Pois no fundo eu reconheço que ao contemplar a minha poesia
Eu estou contemplando a mim mesmo.
 
Belo Horizonte – MG
25-nov-2013

 
Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 25/11/2013
Reeditado em 25/11/2013
Código do texto: T4586644
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