TANCA

A rosa formosa

quase ao seu amor se iguala

quando desabrocha:

não só exala o perfume,

logo inebria e fascina !

Segue o meu olhar

perdido além do horizonte,

cego de paixão...

é você assim tão perto,

dos meus olhos tão distante!

Docemente, o mar

por sobre a areia se deita

esfuziante e a fim...

todo o seu corpo tateia

num constante vai-e-vem!

Nunca temporizo,

teimo e vivo todo instante,

mesmo que sem tempo!

A vida em si de quem ama

é bem tempestiva e ousada!

Dentro da minha alma,

já em tom de primavera,

um jardim aflora!

Rego com as minha lágrimas

as sementes que deixou!

O meu mundo além,

meu corpo flutuando ao léu

e o meu ser sem ser!

Uma viagem sideral

sob os auspícios do amor!

Entre o céu e o inferno

agoniza uma paixão

não correspondida!

Surtos de alívio e agonia,

que surdem do ódio e o desejo!

Minha ânsia divaga

pelo corpo impunemente,

sedento e irrestrito!

Desejo compartilhado

sem nenhum constrangimento!

Arfa a ventania,

chove a cântaros lá fora

ao som das trovoadas!

Aqui dentro, a tempestiva

sensação de estar nas nuvens!

Genilton Vaillant de Sá
Enviado por Genilton Vaillant de Sá em 25/11/2013
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