TANCA
A rosa formosa
quase ao seu amor se iguala
quando desabrocha:
não só exala o perfume,
logo inebria e fascina !
Segue o meu olhar
perdido além do horizonte,
cego de paixão...
é você assim tão perto,
dos meus olhos tão distante!
Docemente, o mar
por sobre a areia se deita
esfuziante e a fim...
todo o seu corpo tateia
num constante vai-e-vem!
Nunca temporizo,
teimo e vivo todo instante,
mesmo que sem tempo!
A vida em si de quem ama
é bem tempestiva e ousada!
Dentro da minha alma,
já em tom de primavera,
um jardim aflora!
Rego com as minha lágrimas
as sementes que deixou!
O meu mundo além,
meu corpo flutuando ao léu
e o meu ser sem ser!
Uma viagem sideral
sob os auspícios do amor!
Entre o céu e o inferno
agoniza uma paixão
não correspondida!
Surtos de alívio e agonia,
que surdem do ódio e o desejo!
Minha ânsia divaga
pelo corpo impunemente,
sedento e irrestrito!
Desejo compartilhado
sem nenhum constrangimento!
Arfa a ventania,
chove a cântaros lá fora
ao som das trovoadas!
Aqui dentro, a tempestiva
sensação de estar nas nuvens!