MENINO DA RUA!
Nasceste despido, em berço tão triste
O lar que tiveste foi a solidão
E hoje só dormes, na rua, no chão
À mercê do frio, enquanto resiste!
Menino da rua, tão esfarrapado
Não há quem te dê um naco de pão?
Uma sopa quente, a palma da mão
Para transformar esse pobre fado!
Sorte desgraçada, em sofreguidão
Tão vil, degradante, de alma tão nua
E enquanto apenas, tiveres a rua
Não queres, nem tiras…os olhos do chão!
Menino tão meigo, quem é pecador?
Quem fez dessa vida a voz sem razão?
Para que vivesses só na escuridão?
Sem teres para ti…um tempo de amor?
Dormes em jornais que são teu lençol
Mas se o vento vem, ficas descoberto
E a morte parece ficar bem mais perto
Quando vier o dia e não veres o sol.