Futuro Imparnasiano

A mim restam as erosões que o tempo deixou

E que ele mesmo se encarregará de aterrar.

Resta-me isto e os pés descalços,

Além de um caminho sem rumo.

Não que eu queira um destino certo.

Que ele seja trilhado por linhas tortuosas,

Assim como as deste poema.

Não me importa a forma.

O rigor nada garante

A não ser um plano perfeito.

Mas responda,

O que há de perfeito no mundo?

As suas perguntas sem respostas?

O seu ciclo indefinido?

Os caminhos sem volta?

Não há nada, senão as incertezas

Que são coladas umas nas outras

Até que se faça uma colcha de retalhos

Cheias de indagações.

Mais um passo,

À frente somente a névoa que abraça as convicções

Aonde elegemos o porto seguro.

Mais um passo...

Pronto!

Chegamos ao nada

De onde saímos.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 24/11/2013
Reeditado em 24/11/2013
Código do texto: T4584129
Classificação de conteúdo: seguro