Futuro Imparnasiano
A mim restam as erosões que o tempo deixou
E que ele mesmo se encarregará de aterrar.
Resta-me isto e os pés descalços,
Além de um caminho sem rumo.
Não que eu queira um destino certo.
Que ele seja trilhado por linhas tortuosas,
Assim como as deste poema.
Não me importa a forma.
O rigor nada garante
A não ser um plano perfeito.
Mas responda,
O que há de perfeito no mundo?
As suas perguntas sem respostas?
O seu ciclo indefinido?
Os caminhos sem volta?
Não há nada, senão as incertezas
Que são coladas umas nas outras
Até que se faça uma colcha de retalhos
Cheias de indagações.
Mais um passo,
À frente somente a névoa que abraça as convicções
Aonde elegemos o porto seguro.
Mais um passo...
Pronto!
Chegamos ao nada
De onde saímos.