LÍRIOS BRANCOS...

Tem noites que tenho ternuras

surgidas não sei de onde, nem por que!

Tem noites que sei ouvir o vento;

tem noites que espinhos não são espinhos.

Nestas noites eu arrisco agradecimentos!

Tem noites que as paredes dos prédios

são transparentes e o mundo fica a nu.

Assim quem sonha é mais que gente,

já é quase poesia adulta. E os frustrados

são fadados à felicidade e a calmaria…

Tem noites que ninguém precisa de

um rio calmo; a própria noite já é o

rio e as garças; noites que o orvalho

nem é tão belo assim. Noites eternas

e lindas feitas a estrelas realçadas…

Numa noite dessas a paz veio morar

em mim e ficou eternamente! É que

perdera a direção de deixar-me só!

Agora eu sei desarmar as lágrimas…

Agora eu sei da alegria sem causas!

Numa noite dessas aprendi de amor

mais que de passarinhos ariscos.

Aprendi de amores inventados,

aprendi que das mulheres não se

sabe nada ainda. Nem dos lírios brancos!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 23/11/2013
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