Ampulheta
A areia escorre da ampulheta
atravessando os labirintos do tempo
nos ponteiros do meu pensamento.
Voo pelo vento sem saber
onde parar, onde pousar...
Os galhos secos do passado
me abraçam
me puxam
com garras ferozes.
Mas, o tempo não para,
não volta,
não solta
os barcos que ainda vão chegar...
Todos os segundos do tempo
que ainda virá
estão presos na ampulheta
loucos para se soltar...
A areia continua caindo
O tempo continua indo e vindo
O tempo que corre em nós
é infindo!
Só cabe na poesia
porque lá ele se prende e se solta
segue em frente, dá a volta
rodopia como pião
voa sem sair do chão...