Ampulheta

A areia escorre da ampulheta

atravessando os labirintos do tempo

nos ponteiros do meu pensamento.

Voo pelo vento sem saber

onde parar, onde pousar...

Os galhos secos do passado

me abraçam

me puxam

com garras ferozes.

Mas, o tempo não para,

não volta,

não solta

os barcos que ainda vão chegar...

Todos os segundos do tempo

que ainda virá

estão presos na ampulheta

loucos para se soltar...

A areia continua caindo

O tempo continua indo e vindo

O tempo que corre em nós

é infindo!

Só cabe na poesia

porque lá ele se prende e se solta

segue em frente, dá a volta

rodopia como pião

voa sem sair do chão...

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 22/11/2013
Código do texto: T4581335
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