Livros, são abrigos.
Caiu a noite.
Preciso de companhia.
As palavras fogem.
As pessoas vão cada uma para o seu canto.
Toda minha energia dá lugar a uma letargia
quase que irreversível.
O silêncio começa a ficar gritante.
Chega a ensurdecer por alguns instantes.
Preciso de companhia.
A pele pede companhia.
A mente pede companhia.
O coração pede companhia.
A alma clama por outra alma.
A solidão é tanta que devora,
apavora, chora o seu pavor.
Caiu a noite.
Onde está o meu alento?
Apareça, por favor!
Logo após a esse meu clamor.
Lá estão:
Nos LIVROS, as palavras que haviam me abandonado,
as pessoas que me deixaram de lado,
a viagem por lugares inimagináveis,
a prosa que nunca sei se, só sou que falo,
ou, são os personagens que comigo interagem.
Caiu a noite.
Agora sim,
há companhias à noite toda para mim.
Meus livros, meus abrigos.