Chama
A boca que chama,
da língua acesa, queimando tudo,
palavras, pensamentos em cinzas,
Grises fases no olhar,
cheiro malagueta o cozinhar dos beijos;
era uma faísca, era o final.
O gosto amargo da madeira, a cera derretida,
o toco do cigarro, a caverna aberta, o túnel infinito.
Perdida, perdida dentro da sua pupila,
seu abraço ocular, seus cílios a ventar;
brisa calma, brisa.
A cortina cai, o cabelo despenteado, alguns fios, desajeitados.
Uma pausa, o suspiro, esquecimento. O tempo que passou,
era tudo bonito.