VENHO CONTAR (homenagem à Anastácia)

Venho contar a versão,

De minha própria história.

Tudo o que vivi

E guardei na memória.

Sou descendente dos Bantos,

Povo africano e guerreiro.

Porém, minha mãe foi arrancada de sua terra;

E então nasci em solo brasileiro.

Quando era jovem,

Minha mãe muito sofreu.

Por ser bela e altiva;

Nas mãos de um branco padeceu.

Para minha infelicidade,

O horror se repetiu:

O filho de um feitor,

Apaixonou - se quando me viu.

Não correspondendo nunca,

Ao seu amor bestial;

Fui também sacrificada,

Como se fosse um animal.

Torturada por uma máscara;

Meu suplício foi sem fim;

Mesmo as mulheres da casa,

Mantinham a peça em mim.

Anos e anos se passaram,

Sem que eu pudesse descansar.

Até que chegou a hora;

De aos meus ancestrais me juntar.

Triste foi minha vida;

Mas continuei a lutar.

Pois para o negro; a dignidade,

Nunca há de nos faltar.

Live in stars
Enviado por Live in stars em 20/11/2013
Código do texto: T4579365
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