VERSOS DE VELUDO!

Meus versos são feitos à beira da praia

Sem dor, sem desprezo e sem qualquer ira

Por vezes são feitos de pura cambraia

Outras vezes feitos…de fina caxemira!

Podem de igual ser feitos ao vento

À lua, às estrelas ou ao coração

Porque eu os trato no meu pensamento

Tal qual um tapete …de intacto algodão!

São feitos ao sol, e às águas do mar

No dia de hoje ou somente amanhã

São para distrair ou para sonhar

Pois são envolvidos em rastos de lã!

Quando os faço para alguém que amo

Vão em direcção de um verde jardim

E nas noites frias em que por ti eu chamo

Parecem estar em lençóis de cetim!

Podem ter a alegria ou tão só a tristeza

Ou perderem-se até por vasto caminho

Ou conter da brisa a breve certeza

De terem em si, fiadas de linho!

Se somem ou não por alguma vereda

Depois eu os tento, enfim encontrar

Para novamente os poder entregar

Nessas tuas mãos, cobertas de seda!

E quando não querem da mente sair

Talvez a poesia não seja bendita

Mas por certo vão fazer-te sorrir

Aquando do adeus em lenço de chita!

Se dúvidas, tiver, pois então formule

Todas as perguntas às quais eu respondo

E dou-te a beleza de véu feito em tule

No qual o meu rosto, no tempo eu escondo!

Meus cantos de agora que não dizem nada

Quando eu morrer poderão ser tudo

Porque a minha alma mesmo depenada

Lembrará meus versos …de leve veludo!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 20/11/2013
Código do texto: T4579285
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