O DIA SEGUINTE
Há sempre uma boca sedenta,
suja de menta,
lambuzada de pimenta.
E o horizonte é o dia seguinte.
(o que dói é o martírio.
Só o espiritual não cansa.
O nada é a fonte inesgotável.)
Pode ser angústia
longa espera,
o imprevisível,
o imprevisto.
Todo o horizonte perde-se
em esperas,
no olho comprido
das lonjuras
e dos esconderijos.
Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 44.
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